quinta-feira, 9 de junho de 2011

AULA 11 - Análise da Situação Econômico Financeira Corporativa



Uma das etapas mais importantes na administração de uma empresa é a análise de sua situação econômica e financeira.
É necessário, portanto, um correto levantamento dos custos e das receitas adicionais decorrentes do investimento.
Para um perfeito entendimento dos quadros que serão apresentados e, para que a classificação dos itens seja adequada, deve-se conhecer a terminologia usual da área de contabilidade e de custos:

11.1 Balanço Patrimonial e Demonstrativo de Resultado de Exercício:

a) Balanço Patrimonial:
O balanço patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da Entidade.
A legislação societária, Lei nº 6.404/76, exige que as Sociedades Anônimas (S.A.) elaborem, e, em alguns casos, publiquem os seguintes demonstrativos contábeis: Balanço Patrimonial (BP); Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL); Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR). No entanto, nunca é demais lembrar que é necessário estar sempre atento às alterações na legislação pertinente. Por exemplo, a Lei nº 11.638, de 28/12/2007, introduz alterações na Lei nº 6.404/76, substituindo a DOAR pela Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC).

O Quadro a seguir mostra a estrutura básica da demonstração contábil mais importante: o Balanço Patrimonial.

Quadro I – Balanço Patrimonial

OBS.: Segundo o Dicionário HOUAISS, vincenda diz-se de dívidas, justos, etc. que estão por vencer.



ATENÇÃO
Quanto aos princípios contábeis, uma questão de particular interesse diz respeito ao momento do reconhecimento das receitas e despesas. Existem duas possibilidades: o regime de competência e o regime de caixa. No primeiro caso, receitas e despesas são consideradas simultaneamente no período em que ocorre o fato gerador, não importando se houve recebimentos ou desembolsos. No segundo caso, importa quando ocorrem as entradas de caixa (recebimentos) e as saídas de caixa (desembolsos).
Certifique-se de não confundir gasto com desembolso. Por exemplo, quando a empresa se compromete a comprar um equipamento ocorre um gasto. Se a compra foi à vista, então o desembolso (saída de caixa) ocorreu no mesmo momento do gasto. Caso o pagamento seja a prazo, o desembolso só ocorrerá posteriormente.
b) Demonstrativo de Resultado de Exercício:
O artigo 187 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Ações), instituiu a Demonstração do Resultado do Exercício.
A Demonstração do Resultado do Exercício tem como objetivo principal apresentar de forma vertical resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num determinado período, normalmente, de doze meses.
No próximo quadro podemos observar a constituição de um demonstrativo de resultado de exercício, ou seja, os itens, receitas, descontos, impostos, que constituem o lucro líquido ou o resultado alcançado no final do exercício:
N.
Ítem
Valor
1

1.1
Vendas de Produtos

1.2
Vendas de Mercadorias

1.3
Prestação de Serviços

2
(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA

2.1
Devoluções de Vendas

2.2
Abatimentos

2.3
Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas

3
(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA

4
(-) CUSTOS DAS VENDAS

4.1
Custo dos Produtos Vendidos

4.2
Custo das Mercadorias

4.3
Custo dos Serviços Prestados

5
(=) RESULTADO OPERACIONAL BRUTO

6
(-) DESPESAS OPERACIONAIS

6.1
Despesas Com Vendas

6.2
Despesas Administrativas

7
(-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS


Despesas Financeiras

8
(-) Receitas Financeiras


Variações Monetárias e Cambiais Passivas

9
(-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas

10
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS

10.1
Resultado da Equivalência Patrimonial

10.2
Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante

11
(-) Custo da Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante

12
(=) RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E SOBRE O LUCRO

13
(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro

14
(=)  LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES

15
(-) Debêntures, Empregados, Participações de Administradores, Partes Beneficiárias, Fundos de Assistência e Previdência para Empregados

16
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

 Quadro II – Demonstrativo do Resultado do Exercício
Podemos observar que estas demonstrações contábeis nos auxiliam a identificar a situação de uma empresa. Apresentamos a seguir uma lista não-exaustiva das informações geradas pela Contabilidade:
- O resultado gerado pelo negócio, isto é, se houve lucro ou prejuízo.
- O nível de endividamento da empresa.
- A capacidade de pagamento das dívidas contraídas.
- O caixa da empresa.
- A possibilidade de concessão de mais crédito aos clientes.
- A necessidade de negociação de maiores prazos de pagamento das compras junto aos fornecedores.
- O retorno gerado pelo negócio.
- O valor dos impostos a pagar.
- O custo de produção.
- O valor das vendas necessário para atingir determinada lucratividade.

11.2 Terminologias em custos industriais:
Gasto: conceito amplo que significa sacrifício financeiro de uma maneira geral. O sacrifício é representado por entrega ou promessa de entrega de dinheiro ou outros ativos. Engloba, portanto, investimento, custo, despesa e perda.
Investimento: gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuros períodos. Cita-se como exemplo: Estoques, Aplicações, máquinas e equipamentos, construções civis, marcas e patentes, ações de outras empresas.
Custo: Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. Ex: consumo de matérias primas na produção, salário dos empregados da área de produção, energia elétrica usada na produção, depreciação de máquinas da produção.
Despesa: Gasto relativo a bem ou serviço consumidos para obtenção de receitas. Ex: salários da administração geral, depreciação de ativos fora da produção, comissão de vendedores. O custo de produção torna-se despesa quando o produto é vendido, mas costuma-se chamá-lo de custo do produto vendido.
Perda: gasto com bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária. Não é um sacrifício feito com a intenção de obtenção de receitas. Ex: valor dos danos provocados por incêndios ou enchentes, obsoletismo de estoques, gasto com mão de obra durante uma greve, refugos anormais, unidades defeituosas.
Giro: O investimento fixo é composto por equipamentos, terrenos, construções civis, instalações industriais, móveis, etc.
O investimento em giro é o capital de giro necessário para por em marcha a empresa, ou seja, disponibilidades, estoques, e os recursos necessários para sustentar as vendas a prazo.
Ao final da vida do projeto estima-se o valor residual de venda do investimento fixo e considera-se o desativamento do capital de giro como uma entrada de caixa.

a)      Os Custos de Produção
Os custos de produção são aqueles que ocorrem na fabricação do produto e são classificados em Variáveis e Fixos.
Os Custos Variáveis são aqueles que variam de acordo com a quantidade produzida.
Os principais custos variáveis de produção são os seguintes:
- Matérias Primas, Embalagens e Materiais Auxiliares
- Fretes
- Mão-de-Obra Direta
- Consumo de Energia Elétrica (no processo produtivo)
- Água Industrial
- Combustível
Os Custos Fixos normalmente não variam proporcionalmente à produção. Os principais são os seguintes:
- Mão-de-Obra Indireta
- Manutenção
- Seguros
- Demanda de Energia Elétrica
- Despesas de Aluguel relativas à fabricação
Nesta metodologia, como principais Despesas Gerais Variáveis podemos citar:
- Despesas Variáveis com Vendas (Comissão de vendedores)
- Despesas Financeiras com Desconto de Duplicatas
Como Despesas Gerais Fixas consideram-se:
- Despesas Administrativas
- Impostos fixos (IPTU, Taxas diversas)

b)     Outras Despesas e Desembolsos
DEPRECIAÇÃO CONTÁBIL: É uma despesa sem desembolso que pode ser considerada para efeito de abatimento no Imposto de Renda.
DESPESAS FINANCEIRAS: Referem-se aos juros de financiamentos de médio e longo prazos e podem ser abatidas para efeito de Imposto de Renda.
AMORTIZAÇÃO DE FINANCIAMENTOS: A Amortização é um desembolso e não uma despesa, e portanto não é dedutível do Imposto de Renda.
IMPOSTOS PROPORCIONAIS: São os impostos proporcionais à Receita Bruta de Vendas como, p. ex., ICMS, IPI e PIS/FINSOCIAL. A Receita Líquida de Vendas é obtida subtraindo estes impostos da Receita Bruta.
IMPOSTO DE RENDA: O Imposto de Renda incide sobre o lucro tributável. A legislação atual fixa uma alíquota de 15% sobre o lucro e um adicional de 10% sobre o lucro que exceder a R$ 200.000,00 ao ano. Deve-se considerar ainda o efeito da Contribuição Social sobre o lucro tributável, sendo que esta ainda pode ser abatida do Imposto de Renda.






                   
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